segunda-feira, 20 de maio de 2013

Virada violenta


Das notícias que mais me surpreenderam nos últimos dias, me chamou a atenção a violência urbana que se decorreu na última edição da Virada Cultural, em São Paulo. Agora até os que buscam por cultura e lazer em uma área pública, amplamente dedicada a isso, não foram poupados por uma onda de arrastões, brigas, assaltos e pessoas alcoolizadas. A propósito, um número assustador de pessoas que abusaram da bebida: 1.800. Uns criticaram a falta de ação da polícia, enquanto esta afirma que “aumentou o número de ladrões”.
A partir deste pressuposto o que é correto afirmar diante de um mega evento que acontece na madrugada, e que coloca em conflito pessoas que vão atrás de música e arte, com outras que estão na noite em busca de diversão (regadas a multo álcool, é claro)? O resultado apresentado pelos jornais poderia ser outro? É claro que não. Um policiamento ostensivo, uma organização impecável dos eventos e um planejamento estratégico eficaz não resolveriam em nada diante da realidade que São Paulo vive. E esta realidade, a propósito, apresenta um número maior de homicídios e roubos do começo de 2013 para cá, comparando com o ano passado.
Infelizmente no país em que vivemos, temos que encaixar os nossos gostos, preferências e a liberdade de ir e vir, na realidade em que vivemos, ou seja, no cotidiano violento que temos a nossa frente. Não há possibilidade de realizar um evento segmentado para cultura na madrugada paulista, sem que esta não encontre o que já é comum nas noitadas da cidade: drogas, violência, bebidas, brigas e morteMudar o local, reavaliar os estilos musicais e reforçar a segurança pode minimizar, mas não resolve efetivamente.
Portanto, o melhor a fazer é satisfazer nossas preferências durante o dia, em lugares fechados e para um limite de pessoas, pagando por isso. E cá para nós, possivelmente nem isto garantirá a nossa plena segurança.