segunda-feira, 14 de abril de 2014

Está tudo errado

Não é de hoje que, não só os santistas, como várias partes do país aguardam ansiosamente por dias mais chuvosos. Com os reservatórios de água operando com a capacidade mínima, a chuva veio com surpresa em um momento de tanta necessidade, em Santos.
O que não surpreende em nada são os transtornos causados por ela, nos mesmos lugares, sempre. Entrada da Cidade inundada, ruas com congestionamento de veículos e funcionários que não conseguem chegar ao trabalho no horário. Nesta cidade nem garoa passa despercebida. Mas o mais preocupante é que na entrada da Cidade, por exemplo, um dos pontos que dá acesso a quem vai de São Vicente a Santos, e vice-versa, não sofre qualquer tipo de reparo ou reforma para que isso seja, ao menos, amenizado.
Toda vez que chove o mesmo capítulo da novela se repete. Mas este enredo é apenas uma pecinha diante das circunstâncias em que o país se encontra, onde a preocupação maior é transparecer que somos uma nação organizada, segura e perfeitamente hospitaleira para recebermos os estrangeiros durante a Copa do Mundo no Brasil, a “Copa das Copas” como diria a presidente Dilma. 
Separando o patriotismo do meu senso político, eu diria que poucas coisas podem nos representar de forma positiva. Afinal, antes de nos colocarmos a mercê de ser sede de um evento de tamanha proporção, o ideal seria nos ajustar "internamente". Fica feio para uma nação ter governantes que tentam transmitir uma imagem tão iludida de nós. E é isso que penso a respeito do péssimo marketing que o Brasil faz lá fora.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A arte precisa ser salva...

Com, pelo menos, uma dívida de 8 milhões de reais, o imponente MASP (Museu de arte de São Paulo) vive um momento de crise que pode resultar na perda de uma das maiores instituições culturais do país. Entretanto, ainda existem pessoas interessadas em salvar o maior museu da América Latina, que está com pagamentos a funcionários em atraso e pendências no Ministério da Cultura.
De acordo com a reportagem de Silas Martí e Mario Cesar Carvalho, da Folha de São Paulo, a alternativa encontrada frente aos problemas foi recorrer à ajuda de grandes empresas, e providenciar uma reformulação na direção da instituição.
Apesar de ser uma iniciativa particular e sem fins lucrativos, o museu está tendo dificuldades em obter recursos de incentivo por mecanismos do governo. Sua estrutura ainda encontra-se maltratada desde 2007 quando teve suas dependências invadidas por ladrões que levaram duas obras importantíssimas de Portinari e Picasso. Os assaltantes deixaram rastros em uma porta corroída que não foi restaurada até hoje.
Para sorte dos amantes da arte e admiradores das exposições culturais, o ex-dirigente da Fundação Bienal de São Paulo que carrega em seu currículo a vitória de ter ressuscitado a iniciativa, pode ser um dos novos dirigentes a ocupar a gestão da instituição paulistana. O possível gestor vem se reunindo desde o ano passado com pessoas que podem ajudá-lo nessa empreitada.
O Brasil, apesar de ter um resgate cultural escasso em algumas regiões, ainda é bem amparado na capital paulista com teatros, museus e cinemas. Mas, entre as iniciativas voltadas a arte é possível afirmar que o MASP é o mais completo. São quase 70 anos de contribuição para a arte brasileira e internacional, e toda essa grandiosidade não pode morrer assim. 
Enquanto lia a reportagem na Folha, nascia dentro de mim a esperança de que toda aquela estrutura, que enche a Avenida Paulista de cultura, não acabasse. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A política e o despertar da consciência

Assistindo ao excelente filme V de Vingança, constatei a necessidade de consciência política que o Brasil possui. Uma verdadeira nuvem negra de corrupção assola o país e uma desordem sem tamanho está instaurada. Percebo isso quando vejo rebeliões em presídios superlotados e a governadora do Estado do Maranhão licitando frutos do mar caríssimos. Ora francamente, porque as festas denominadas públicas precisam de comidas tão caras? E com o dinheiro público?
Onde está o questionamento que gerou as manifestações em massa no ano passado? Será que, todas as demandas foram atendidas? Não! Porque continua tudo como antes. De repente muitas pessoas estavam nas ruas gritando por mudanças em um país tão repleto de má administração, e hoje, vendo um político que está preocupado com um cardápio sofisticado das festas em que o público paga, mas não participa, só faz constatar que tudo continua exatamente igual.
Se os brasileiros que ganham um salário mínimo não pagassem tantos impostos, seria inimaginável que comprariam uma lagosta para o jantar. Mas os abismos sociais são disfarçados pelas bolsas do governo, o que, no meu ponto de vista, se assemelha com a famosa política do pão e circo.
Devo destacar que não tenho preferência política, e sim consciência política, para questionar todas as barbaridades que ocorrem neste país. Este questionamento pode não resolver muito, mas como uma profissional da informação, eu tenho a necessidade de demonstrar que não estou satisfeita com o que ocorre no Brasil, e muito menos com os paradoxos espalhados em seus quatro cantos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

'Cura' gay, o marco do preconceito

É impossível deixar de imaginar determinadas situações com uma decisão que deputados e governantes ainda se dão ao trabalho de discutir. Então quer dizer que um pai ou mãe, ao perceberem que seus filhos manifestam atitudes homossexuais, poderão considerá-lo um doente? Então pode-se afirmar que haverão crianças reprimidas sem direito de libertar suas preferências sexuais? Belo conflito com o direito de ir e vir.
Mas a questão é que o Sr. Presidente da Comissão de Direitos Humanos é parcial demais em suas decisões para decidir o que é bom para uma sociedade. Impor princípios religiosos para o bem das famílias brasileiras pode não ser a solução para todos os problemas. Talvez fosse melhor verificar se essas famílias possuem qualidade de vida suficiente para poder procurar assistência para as doenças que a falta de comida, de água e de emprego oferecem. Mas não, antes disso é necessário ver se a pessoa é gay, porque talvez seja o mais plausível.
Não se trata de defender opções sexuais, e sim de respeitar o próximo, suas decisões e atitudes. Se houvesse algo prejudicial aos demais, seria discutível, mas porque um homossexual incomoda tanto o Sr. Feliciano? Homofobia também poderia ser tratada como doença, afinal, manifesta a contrariedade que já levou muitos homossexuais à morte.
Agora, francamente, que líder dos direitos humanos é este que promete fazer uma 'rebelião' caso esta decisão seja contrariada. Então surge mais uma pauta para protestos, mais uma prova de que do lado dos direitos humanos o Sr. Feliciano efetivamente não está. A sua decisão de certo e errado está acima do bem-estar dos demais?
Então Sr. Feliciano, agora aguente a 'rebelião' do Povo Brasileiro!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ressurge a sede de mudanças

As manifestações espalhadas pelo Brasil, ao mesmo tempo em que crescem e tomam proporções inesperadas, mostram o caminho do esquecimento político que a geração atual tomou. Antes as pessoas discutiam política como algo obrigatório até para o repertório do happy hour de sexta-feira, e nos dias de hoje isso ficou esquecido.
Os Caras Pintadas eram estudantes que se preocupavam com política e com o Brasil que seria deles no futuro, e lutaram pela saída do então presidente Collor. Mas isso havia ficado para trás, até agora. Hoje as pessoas estão representando um gigante sonolento que estava cansado, e despertou.
De repente uma multidão se juntou por um motivo, e aí todos os motivos guardados saíram da gaveta. Cada um está colocando para fora o que mais incomoda, e olha que são muitas coisas; por mais que não sejam mudadas, a questão do querer está bem latente nos brasileiros, e está atingindo quem deveria, embora não queiram transparecer. As redes sociais, noticiários televisivos, impressos e digitais, agora trazem pessoas que estão preocupadas com o futuro do Brasil.
Parece que era isso que faltava: um ou dois gritarem para os demais saírem do armário, e mostrarem que aquela geração anterior ainda pode ser lembrada. Pode ser que as redes sociais passaram a ter outra finalidade - além de mostrar pessoas perfeitas cheias de ideais de vida -, coisa que o movimento estudantil da década de 90 não tinha. Talvez tenha surgido o movimento que faltava para o Brasil, e que chegou para incomodar, mesmo que ainda não tenha nome.
Não são os assessores da presidente Dilma que dirão que uma “minoria” presente no estádio no jogo do Brasil X México, não pode ser levada em consideração no índice de insatisfação do governo, por vaiar a representante do país. As pautas atuais dos principais jornais  já estão dizendo por si, e sinceramente, espero que digam muito mais.
Embora eu não possua preferência política, a única vontade que trago é a de um país decente, justo e realmente democrático, que proporcione uma qualidade de vida bem próxima dos direitos que todo ser humano possui em uma sociedade.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Virada violenta


Das notícias que mais me surpreenderam nos últimos dias, me chamou a atenção a violência urbana que se decorreu na última edição da Virada Cultural, em São Paulo. Agora até os que buscam por cultura e lazer em uma área pública, amplamente dedicada a isso, não foram poupados por uma onda de arrastões, brigas, assaltos e pessoas alcoolizadas. A propósito, um número assustador de pessoas que abusaram da bebida: 1.800. Uns criticaram a falta de ação da polícia, enquanto esta afirma que “aumentou o número de ladrões”.
A partir deste pressuposto o que é correto afirmar diante de um mega evento que acontece na madrugada, e que coloca em conflito pessoas que vão atrás de música e arte, com outras que estão na noite em busca de diversão (regadas a multo álcool, é claro)? O resultado apresentado pelos jornais poderia ser outro? É claro que não. Um policiamento ostensivo, uma organização impecável dos eventos e um planejamento estratégico eficaz não resolveriam em nada diante da realidade que São Paulo vive. E esta realidade, a propósito, apresenta um número maior de homicídios e roubos do começo de 2013 para cá, comparando com o ano passado.
Infelizmente no país em que vivemos, temos que encaixar os nossos gostos, preferências e a liberdade de ir e vir, na realidade em que vivemos, ou seja, no cotidiano violento que temos a nossa frente. Não há possibilidade de realizar um evento segmentado para cultura na madrugada paulista, sem que esta não encontre o que já é comum nas noitadas da cidade: drogas, violência, bebidas, brigas e morteMudar o local, reavaliar os estilos musicais e reforçar a segurança pode minimizar, mas não resolve efetivamente.
Portanto, o melhor a fazer é satisfazer nossas preferências durante o dia, em lugares fechados e para um limite de pessoas, pagando por isso. E cá para nós, possivelmente nem isto garantirá a nossa plena segurança.